Na última semana, a Aliança de Misericórdia promoveu uma ação voluntária entre seus colaboradores para doação de sangue no Hemonúcleo da Beneficência Portuguesa. Doze colaboradores participaram da iniciativa, que foi realizada pela primeira vez pela instituição, e já deixou o desejo de se repetir. 

Mais do que um gesto solidário, a ação despertou reflexões profundas sobre como podemos doar muito com tão pouco. Aliás, doar vida. Para Selma Alves, gestora de Recursos Humanos da Aliança e idealizadora da ação, essa foi uma experiência de grande valor pessoal e coletivo. “Durante anos, eu doei sangue por saber da importância, mas foi só depois de um momento de fragilidade, com a necessidade de receber quatro bolsas de sangue, foi que compreendi o valor de cada gota. Naquele momento, eu esticava meu braço não mais para oferecer, mas para receber o que me salvava a vida”, partilhou. 

Além disso, a ação tem um impacto direto nos estoques do hemonúcleo, que passam por um período crítico no inverno. A iniciativa também revelou o poder da ação conjunta. “Levar um grupo, estar junto, conversar, rir e compartilhar o momento… isso transforma. É muito diferente de apenas enviar um e-mail sugerindo que cada um vá sozinho. A experiência comunitária fortalece vínculos e inspira novos passos”, refletiu a gestora. 

“Essa decisão partiu de uma inspiração muito especial: a Selma. Foi vendo a atitude dela, a empatia e o cuidado com o outro que me tocou de verdade. Me fez pensar em quantas vidas podem ser impactadas por um gesto tão simples, mas tão necessário. A gente vive correndo, resolvendo mil coisas, mas às vezes esquece do poder que temos nas mãos, ou melhor, no sangue. Literalmente! Doei com o coração cheio, pensando nas pessoas que eu nem conheço, mas que podem ter mais um dia de vida por causa de uma bolsa de sangue”, relatou o colaborador Diego Simões. 

Para Marcela Lira, a experiência foi um processo que gerou gratidão: “Quando surgiu a proposta da doação de sangue, hesitei. Mas acho muito bonita a atitude de uma pessoa que doa com constância. Lembrei de uma ocasião anterior, quando tentei doar para minha avó. Mesmo preparada, não consegui, talvez pelo nervosismo. Por isso, duvidei que daria certo dessa vez. Minhas veias são difíceis e temi que a ida fosse em vão. Mas parei para pensar: ‘eu estava saudável, tinha disposição e sabia que minha atitude poderia fazer a diferença na vida de alguém’. Mesmo com o receio, decidi tentar.  
E consegui. Mesmo com dificuldade com relação a veia, doei. E foi uma alegria imensa. A sensação de contribuir com a vida de alguém superou qualquer desconforto. Senti uma felicidade profunda. Hoje, olhando para essa experiência, sou ainda mais grata pela minha saúde. Enquanto tantas pessoas lutam pela vida, percebo o valor de um gesto simples como esse. Doar sangue é um ato de esperança, para quem recebe e para quem doa.” 

E para a Juliana Silvestre:  “foi especial minha doação de sangue, pois entendo que, se cada um fizesse um esforço para doar, a nossa realidade seria diferente pois vejo tantos irmãos em leitos de hospitais necessitando do nosso sim. Como Ministra da Eucaristia, vi tantas situações que só dependia da união e caridade para salvar uma vida. Esse momento mudou minha visão e abriu o leque de possibilidades de ajudar, entre elas, o doar vida, que é doar sangue”. 

Para a Aliança, essa foi apenas a primeira de muitas ações que pretendem ampliar o engajamento, a solidariedade e a consciência cidadã entre os colaboradores. Porque doar sangue é doar vida, e doar junto é multiplicar esperança.